INTRODUÇÃO

O Plano Estratégico  pretende que as associações escoteiras definam seus objetivos de desenvolvimento, desde agora, planos de ação que permitam a conquista desses objetivos.
Para alcançar tal resultado, o Plano Estratégico propõe que cada Grupo Escoteiro fixe suas próprias metas, de modo que os planos posteriores dos níveis intermediários da estrutura organizacional da associação, assim como o próprio plano nacional, contemplem as ações necessárias para apoiá-los.
Ao elaborar seu plano, um grupo tomará consciência do que é e do que pode ser, de seus acertos e de suas carências. Do mesmo modo, os demais componentes da estrutura organizacional reverão suas posições e saberão se estão correspondendo ao que deles se espera.
Por isso se afirma que o processo utilizado para definir uma meta é tão importante quanto a própria meta.

O QUE É UM PLANO DE GRUPO?

É uma ferramenta que ajuda o grupo a organizar todos os seus recursos para passar do estado atual para o estado desejado. NADA É TÃO BOM QUE NÃO POSSA SER MELHORADO!
Melhorar a vivência dos valores do Escotismo, oferecer aos jovens programações atraentes, dispor de dirigentes capacitados, possuir tradições firmes, dirigir com eficácia, ampliar recursos financeiros, reforçar o papel do grupo na comunidade, aumentar seus efetivos, são tarefas em que não se pode improvisar.
Por isso, é necessário planejar. E planejar significa encarar de frente uma situação e modificá-la para melhor por meio de uma ação organizada. Devemos saber exatamente onde queremos chegar, como fazê-lo, quando e com quem. Não esqueçamos que o futuro pertence a quem tem planos para o futuro. A BASE DO SUCESSO É UMA VISÃO POSITIVA DE SEU FUTURO!
Devemos perguntar sempre: - O QUE? ONDE? QUANDO? COMO? E QUEM?

PASSOS PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE GRUPO

O plano começa revisando participativamente e honestamente a situação atual do grupo, com o objetivo de identificar os principais problemas que devem ser enfrentados.
Em seguida, deve-se encontrar uma proposta concreta que signifique uma mudança na situação existente, isto é uma meta.
Mas a meta não se cumprirá por si só. É preciso definir ações para levar a cabo a proposta, para chegar à meta.
E as ações necessitam responsáveis que as executem. Por isso é necessário distribuir tarefas entre os dirigentes e os organismos do grupo. Só assim se começa a executar um plano.
Por último, durante e após a execução do plano, é necessário avaliar se estão sendo ou se foram alcançados os resultados esperados.

ÁREAS ESTRATÉGICAS

Valores, que representam o "estilo" próprio do Escotismo, tal como definido no propósito e nos princípios, e expressos na lei e na promessa.
Programa Escoteiro, que compreende as atividades que o grupo oferece aos seus membros juvenis e o modo segundo o qual elas se desenvolvem.
Captação e formação de adultos, que se refere à postura educacional dos adultos que dirigem e aplicam o programa.
Gestão institucional, onde se agrupam as tarefas de organização e administração.
Gestão financeira, que diz respeito à obtenção e administração desses serviços.
Crescimento, que se refere ao aumento do efetivo do grupo.

OS INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO

Dentro de cada área estratégica, foram isolados as principais funções e tarefas habituais de um grupo. Com relação a cada uma delas, se definiu um estado desejável a alcançar. A esse estado desejável, formulado em termos de pergunta, deu-se o nome de indicador de desenvolvimento.
O indicador de desenvolvimento é "uma manifestação de boa saúde" que permite medir ou observar até que ponto nosso grupo se aproxima de uma média aceitável. Se, mais adiante, a meta é fixada segundo os mesmos termos usados pelo indicador, esta será, igualmente, mensurável ou observável.
A definir a situação atual de cada indicador escolhido não basta indicar "sim" ou "não". É preciso explicar, com precisão e brevidade, "por que".

O QUE É UMA META?

Meta é uma palavra que nos indica o ponto ao qual queremos chegar. Isso inclui um pouco de imaginação para pensar em como poderia ser a situação futura do nosso grupo. Inclui, também, a capacidade de fazê-lo de forma realista e positiva.
Contudo a meta não tem que igualar, obrigatoriamente, o indicador de desenvolvimento, mas antes uma média aceitável. Basta portanto que traduza uma modificação para melhor e possível na situação atual.
A meta deve ser redigida com precisão, clareza e em linguagem que todos possam entender, de modo a que ninguém tenha dúvidas ou se confunda a respeito da meta que se estabeleceu.
Toda meta exige um prazo. Definiu-se então um prazo médio de três anos para implementação do plano, com revisões anuais,  Assim o grupo terá sempre metas atualizadas e desafiantes para três anos. Isso é muito importante para dar um senso de futuro à ação de cada ano.

O QUE É UMA AÇÃO?

É uma atividade que devemos desenvolver para passar da situação atual para a meta proposta.
Cada meta pode motivar uma ou várias ações.
Em geral, todas as metas se traduzirão em ações para o primeiro ano. Só excepcionalmente teremos uma meta trienal cujas ações só começarão no segundo ou terceiro ano.
As ações devem ser precisas. Podem indicar atividades a serem desenvolvidas por todo o grupo ou por cada uma das seções.

Para formular com precisão uma ação, deve-se responder às seguintes perguntas:

Nem sempre essas perguntas poderão ser respondidas; mas é conveniente consultar este esquema para evitar esquecimentos.

ATRIBUINDO RESPONSABILIDADES

Cada ação necessita um responsável. Pode ser um indivíduo ou uma equipe. O importante é que a responsabilidade não se dilua mas sim a atribuição de tarefas.
O responsável pelo acompanhamento do plano de grupo é o seu Presidente. Tal acompanhamento se fará:

1. por meio de entrevistas individuais periódicas com os responsáveis, em que se analisa o grau de cumprimento das tarefas a cargo dessa pessoa ou desse organismo;

2. mantendo estatísticas confiáveis, que permitam avaliar com precisão os progressos, nas metas que são mensuráveis;

3. por meio de observação direta das ações projetadas, introduzindo correções, ênfase ou reforços;

4. nas reuniões periódicas da direção do grupo, em que se reservará, sempre, um certo tempo, para examinar o andamento do plano em uma determinada área estratégica;

5. nos Indabas semestrais de grupo especialmente convocados para esse fim.

VALORES

Esta área de refere aos valores que caracterizam o Movimento Escoteiro, tal como definidos no propósito, nos princípios, na lei e na promessa escoteira.
O método escoteiro exige que tais valores sejam assumidos por nossos membros juvenis, por escotistas e por dirigentes de uma maneira tão profunda que passe a formar parte integrante de sua personalidade e de sua conduta.
A obtenção deste objetivo é a missão fundamental do movimento, e a medida em que se alcança representa maior ou menor sucesso do grupo no cumprimento de sua missão educacional.

PROGRAMA ESCOTEIRO

O programa escoteiro é o meio pelo qual o movimento tenta alcançar seu propósito, e constitui elemento essencial para atrair e reter os membros juvenis.
Está baseado nos princípios, é oferecido de forma permanente e progressiva, foi montado e evolui com a participação ativa dos jovens e deve adaptar-se às suas necessidades e às da comunidade em que vivem.
O programa cobre a totalidade das experiências do jovem em sua vivência no movimento escoteiro. É um processo progressivo de educação e crescimento pessoal que compreende a organização( unidade de ação, conselhos de pais, formas de administração e de tomada de decisões nos ramos, etc ), o plano de desenvolvimento pessoal, o simbolismo, as atividades e a postura educacional do adulto.
Uma constante avaliação do programa aplicado é uma das condições para a sobrevivência de um grupo. Os indicadores selecionados cobrem a maioria dos aspectos relativos ao programa escoteiro, e permitirão à direção do grupo medir a intensidade de sua ação.

CAPTAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS

Não é possível aplicar adequadamente o programa escoteiro sem se contar com um quadro de escotistas e dirigentes eficaz em todos os aspectos relacionados com a vida do grupo.
Isso nos obriga a dedicar um tempo importante à seleção e captação de adultos, à sua formação prévia, ao estímulo ao seu engajamento com a tarefa e ao desenvolvimento dos conhecimentos, das atitudes e das habilidades requeridas por suas funções.
Os indicadores que se seguem permitirão à direção do grupo aferir a idoneidade, a capacidade e o equilíbrio de sua equipe.

GESTÃO INSTITUCIONAL

Frequentemente, circula entre os grupos escoteiros o falso conceito de que as tarefas administrativas e de gerenciamento são alheias ao movimento. Na verdade, a experiência tem demonstrado que uma fraca organização é um obstáculo ao desenvolvimento do grupo.
Planejar adequadamente, possuir uma estrutura eficiente, manter uma rede de comunicações eficaz e relacionar-se com as organizações comunitárias são funções tão importantes para o crescimento como a qualidade do programa escoteiro, o atrativo dos acampamentos ou o desenvolvimento pessoal dos membros juvenis.
A direção do grupo precisa compreender a importância dessas tarefas e assumi-las, em sua plenitude.

RECURSOS FINANCEIROS

Se não dispusermos dos recursos necessários, todas as nossas boas idéias jamais se converterão em resultados concretos ao dispor dos jovens. Além disso, uma boa idéia que morre à mingua de recursos gera uma enorme frustração.
O fato de o movimento escoteiro ser uma entidade sem fins lucrativos não significa que as funções financeiras devem ser descuidadas. Frequentemente, algumas direções de grupos não conhecem, não compreendem, não atendem ou têm uma imagem desfavorável das atividades envolvidas com levantamento e aplicação de fundos.
Justamente ao contrário, como o grupo não recebe ingressos pelas tarefas que desenvolve ou pelos serviços que presta, com maior empenho se deve implementar mecanismos que assegurem a adequada captação e utilização de recursos.
Por outro lado, saber encontrar e administrar os recursos financeiros é parte da tarefa educacional do grupo escoteiro. Os membros juvenis agradecerão aos seus chefes e dirigentes que lhes permitam apreciar o valor das coisas alcançadas com o próprio esforço.
Um plano de grupo também deve considerar metas neste campo.

CRESCIMENTO

Um grupo escoteiro não cresce por mera casualidade. E, se assim ocorresse, seu desenvolvimento não seria estável.
O crescimento depende da união de muitas causas. Um grupo identificado com os valores do movimento, cumprindo o programa escoteiro adequadamente e por meio de atividades atraentes e variadas, dirigido por adultos e jovens adultos idôneos, com uma organização adequada e com recursos suficientes para apoiar sua ação educacional é, por certo, um grupo que crescerá em quantidade e em qualidade.
Assim como crescer não é engordar, desenvolver um grupo não significa, apenas, aumentar seu efetivo mas, também, progredir equilibradamente, com harmonia, em todos os aspectos de sua atuação como instituição educacional.
Para tanto, os indicadores que se estabelecem a seguir só tratam de por ordem ao aumento numérico que resultará do bom resultado alcançado pelos planos que levaram na devida conta todos os indicadores anteriores.